Monday, April 03, 2006

 

Necessidade: Utilidade ou Futilidade?

Sábado eu estava lendo a Folha de S. Paulo e me deparei com a seguinte propaganda: "Geladeira marca 'x' com tela de cristal líquido de 15", DVD Player e acesso à internet". Num primeiro momento minha reação foi, além da surpresa, uma certa admiração pelos avanços tecnológicos e suas implicações, como por exemplo, facilitar nossa vida e a comunicação doméstica entre os aparelhos, o que traria mais conforto. Mas numa análise mais profunda, percebi que ter uma geladeira dessa (além de ser caríssima) não traz benefícios efetivos e úteis à nossa vida. Por que ter uma geladeira com DVD Player e acesso à internet? Pois, imagino que quem tem possibilidades para comprar um eletrodoméstico deste não deve se preocupar com o fato de fazer comida, por já ter uma doméstica em casa que se atenha à isso.

Então minha reflexão segue na linha de raciocínio: até que ponto algo necessário é realmente útil mas que não se torna fútil? O mesmo caso com um celular, por exemplo: hoje a gama de opções de celulares é "beirando o infinito". Além de muitas marcas, cada marca tem vários aparelhos que se adequam à sua necessidade. Não é essa a propaganda e o apelo usado por elas? Você tem celulares com câmera, Bluetooth, Reproduz Áudio e Vídeo, MP3... e nós realmente precisamos disso? O celular não tem somente o intuito de se poder falar com os outros quando você não tem um telefone fixo por perto?

Numa visão mais à favor da expansão e da utilização da tecnologia, eu afirmo que esta situação é extremamente favorável para nós, por nos possibilitar usarmos mais recursos disponíveis que o mercado nos oferece, mas existe um outro lado da mesma moeda que eu posso estar labutando para somente satisfazer meu ego e minha vontade pecaminosa, e isso é sério. Quando nos deparamos com algo que chama nossa atenção ao ponto de pensarmos em adiquiri-lo, qual tem sido nossa intenção? Será que é de fato satisfazer uma necessidade ou somente "ter por ter" ou "ter para ostentar uma posição mais elevada"?

Não sou contra o consumismo e o capitalismo de forma nenhuma, mas nós que somos cristãos devemos vigiar nossa conduta, ao ponto de nos privarmos de ter algo que se torna inútil e cause um certo desconforto aqueles que nos cercam, para não nos tornamos pessoas fúteis. Não vejo respaldo bíblico para o cristão ser cheio de futilidades, pelo contrário, vejo que ela é execrada por Salomão em Eclesiastes e também por Jesus, que em várias pessagens mostra que as bençãos de Deus para nossa vida não passam por algo que seria desnecessário à nós. Pensando numa forma de saber "por que comprar aquele produto?", tive algumas idéias que talvez nos ajudem a vigiar melhor esta área:

Que possamos vigiar e orar para não cair em tentação.


Comments:
Fala, André.

Eu diria duas coisas:

1) nossa sociedade vive em função dessa oferta das inutilidades. O interessante é que eles apresentam esse tidpo de produto como indispensável, etc.

2) basta sermos sinceros: essa futilidade toda, esse consumismo, é fruto do vazio exitencial. Só nos satisfaz aquilo que não é nosso. Ou seja, o que não temos, ainda que desnecessário, ainda mesmo que pior, é melhor que o que temos. E isso nos gera a expectativa de um dia encontrarmos algo que realmente resolva nosso vazio.

A resposta cristã? Só Deus preenche...

abraços.
 
Caro Nagel,

É latente que a cobiça do homem não o deixa se contentar apenas com o que ele tem.

Infelizmente o afã pelo consumismo tem acabado com famílias, levando-as a ruína.

O vazio existencial do homem não-regenerado o faz buscar em sua pecaminosidade a resposta e satisfação dos seus problemas e anseios.

Cabe à nós mostrar o "caminho por sobremodo excelente".

Abraços!
 
Juliana

Obrigado pelos elogios imerecidos. Espero que você volte mesmo... :-p

Elda

Agradeço os elogios também. E essa realidade muitas vezes passa desapercebida por nós. Somos tão envolvidos e levados a isso que não nos damos conta que estamos indo na mesma direção do erro.

Obrigado pelos comentários de todos.
 
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