Monday, March 20, 2006

 

"E no princípio..."

Amigos,

Neste meu primeiro post, gostaria de me apresentar:

Sou o André Henrique Fernandes Scordamaglio (André Scordamaglio é mais fácil), 22 anos, solteiro (mas namorando minha futura esposa), calvinista-determinista (como se houvesse disassociação), Presbiteriano filiado à IPB e apaixonado por teologia, tanto que pretendo iniciar no Seminário José Manoel da Conceição no ano que vem, afim de tornar-me ministro da Palavra de Deus.

Neste humilde blog, tentarei expor o que tenho aprendido da Palavra de Deus, ora postando atualidades, ora postando temas estritamente ligados à teologia, e claro, sempre com bom-humor.

Sou grato à Deus por esta oportunidade de expandir meus horizontes. Já tenho participado de vários logradouros concernentes à Teologia Reformada, como por exemplo, a lista de Cristãos Reformados e também postando no Orkut.

Agora, começo com outro projeto que é este blog. Me ajudem à construí-lo da melhor forma possível.

Pretendo postar algo novo toda semana, no mínimo; o que não me impede de aumentar esse número, mas sempre buscarei não diminuí-lo.

Apresentações feitas, vamos à postagem propriamente dita.

Abraços Reformados

Não Depende de Você (apesar de você fazer parte)

Semana passada conversando com meu irmão, tive a grata surpresa de que ele estava empenhado em abandonar seu pecado; não que ele não demonstrasse isso em outras épocas ou nunca demonstrasse, mas é que não é de praxe ele me ligar para contar isso.

Então, apesar de feliz e um pouco perplexo, tentei descobrir o motivo repentino disso, e pra minha não-surpresa [:-)] percebi que ele estava querendo, não conscientemente claro, barganhar bençãos com Deus. E digo porquê.

Ele prestou vestibular ano passado e está na lista de espera da UNESP para o curso de Engenharia. Só que esta lista diminui a cada dia que passa, começando-a com ele em trigésimo lugar e com ele hoje beirando o décimo-primeiro (se não me engano).

Então ele, nas melhores das intenções, pensou que, se ele parasse de pecar ou largasse certo tipo de pecado, seria abençoado por Deus com esta vaga. O problema não é, de maneira nenhuma, o fato de querer "lagar" o pecado, mas sim na sua motivação para tal.

Perceba que a motivação dele, em si também não é má, mas as coisas não funcionam desta maneira quando nos tratamos com Deus. Estabelecendo os parâmetros que as Escrituras Sagradas nos apresentam, eu não posso fazer esse tipo de "jogo" com Deus, e explico o porquê:

Arhut Pink, um dos meus teólogos prediletos, escreve que "...porém, afirmar que, se não orarmos Deus não cumprirá o seu eterno propósito é incorrer em grande erro, porque o mesmo Deus que decretou os fins também decretou os meios pelos quais suas finalidades serão alcançadas; e um desses meios é a oração. Quando Deus determina conceder uma benção, também outorga o espírito de súplica que Lhe solicita essa mesma benção" [1].

E mais, ele diz também que "Em primeiro e máximo lugar, a oração foi instituída para que o próprio Senhor Deus seja honrado", "...além disso, Deus requer que o adoremos...." e "a oração redunda na glória de Deus"[2].

Não estou dizendo em hipótese alguma que meu irmão não tinha isso em mente, mas o que de certa maneira me preocupou foi o fato dele não ter feito menção disso quando conversamos.

O nosso coração está sempre voltado para nossas vontades. Como a vontade dele é passar e cursar a faculdade, sua preocupação era de fato agradar à Deus para que pudesse, de alguma maneira ser abençoado com a vaga, mas ele (apesar de calvinista nos mesmo termos que eu) talvez não tenha atentado para o fato de que suas atitudes para conseguir tal coisa não tinham a motivação correta e nem a teologia mais sadia.

Ele sabe que nenhum intento de Deus pode ser frustrado, ele sabe que está tudo determinado por Deus para um propósito Soberano e ele sabe que deve engrandecer à Deus "apesar de"; mas agiu de forma como que não enxergasse essas coisas.

Entenda, não estou querendo de forma alguma recriminar meu irmão, até por que, não é assim que agimos frequentemente? Não é assim que ensinamos nossos filhos e expressamo-nos aos nossos amigos e parentes? "Serei bonzinho para ser abençoado" ou "Senhor, prometo nunca mais fazer tal coisa se me abençoares com...". Não que pensemos assim efetivamente, mas não temos agido assim com nosso Deus? Até porque, quando lhe sobrevêm algo que você não queria, qual sua queixa? "Eu não mereço..." ou "Não sei porque isso está acontecendo comigo, tenho feito tudo certo".

Aprendamos com Jó, que ao final conheceu Deus por vê-lo (no sentudo figurado, claro).

[1]A Soberania de Deus e a Oração

[2]ibid.1

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